domingo, 23 de outubro de 2011


A Idade Média

Parte 2

Tema:
Luz nas Trevas? A importância do pensamento medieval como alicerce do pensamento científico modermo

“De fato, nada é mais maléfico para o saber científico do que argumentos como estes: isto é verdade porque outros maiores assim disseram; isto é verdade porque é costume que seja assim, ou, ainda, isto é verdade porque todos pensam ser. Com efeito, mestres que se valem de tais argumentos podem até ser chamados de mestres pela multidão, mas na verdade são tão mestres quanto um olho pintado numa pedra é olho!” (Roger Bacon)

(...)

Seguido de diversos conflitos culminando com a queda do domínio grego até a posterior ascensão do império romano, o desenvolvimento intelectual antigo teve uma trégua. O domínio romano mundial foi marcante não apenas por seu poder e abrangência, mas também por um evento que marcou para sempre a história da humanidade: o nascimento, o ministério e a morte de Cristo.

Religião - 1 Serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer, expresso por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamento divino. 2 Sentimento consciente de dependência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador. (Michaellis Dicionário)

A partir de então, uma nova filosofia era ensinada. Seu ministério – de Cristo – mudou de forma acentuada a maneira de ver das pessoas a Ele contemporâneas. Por causa dessa nova ideologia, o cristianismo, inicia-se uma busca frenética por parte do poder romano por liquidar essa nova doutrina. Posteriormente, num período de intensas disputas entre o governo romano e os povos bárbaros e as colônias rebeldes, o imperador romano Constantino se apercebeu de um sinal supostamente divino que viria a mudar sua forma de encarar as coisas ao seu redor e causou sua conversão ao cristianismo. Assim se deu a adoção do cristianismo como religião de Roma e, conseqüentemente, a formação da igreja católica.
O surgimento do catolicismo foi de longe o principal fator que influenciou a Europa entre os séculos V e XV – época denominada Idade Média, onde as constantes e crescentes crises desgraçavam mais e mais a população. A criminalidade e o homicídio aumentavam enquanto as condições de vida pioravam. Diante dessas, o homem urbano, já que boa parte da população estava estabelecida nas cidades, migrou para as zonas rurais à procura de subsistência e segurança.
Esse êxodo distanciou o homem dos centros de informação e conhecimento, ocasionando uma degradação intelectual da população medieval. Frente às dificuldades da vida agrária, o processo inicial que levou o homem ao mito repete-se; da vulnerabilidade humana diante da natureza, o homem se vê à mercê da vontade divina para existir. Em paralelo a isso, a igreja católica, aproveita-se do estado abjeto da sociedade para se estabelecer em poder e em influência, dominando, assim, todo o âmbito social, artístico e intelectual.
A despeito disso, o homem medieval tinha na religião uma salvaguarda quanto à recompensa futura do paraíso, caso seguisse as doutrinas da igreja. Nesse contexto, a igreja tenta impor de forma ainda mais intensa seu domínio ao elaborar doutrinas que não encontram embasamento na Bíblia, como o purgatório e o inferno, a permanência de espíritos de pessoas que já morreram a vagar pela Terra, entre outras. Assim a religião era para o homem um socorro para dá-lo esperança e alívio das duras tarefas do dia-a-dia, mas também um meio de coagi-lo, pois o impedia de promover um raciocínio próprio – livre arbítrio.



Igreja - 1 Templo dedicado ao culto cristão. 2 Conjunto de cristãos unidos pela mesma fé e sujeitos aos mesmos guias espirituais. (Michaellis Dicionário)

Nesse período, o analfabetismo imperava sobre a população medieval, sendo apenas os membros do clero tinham acesso ao conhecimento, assim a igreja ditava os rumos a serem tomados pela sociedade. A venda de indulgências, a cobrança de dízimos e ofertas de forma abusiva e a obtenção de terras dos senhores feudais contribuíram sobremodo para a aquisição de riquezas da igreja.
Na Alta Idade Média (séc. IX – XIV), começa a ser estabelecidas escolas pela Europa no período denominado escolástica. Com a implementação das escolas pelo continente, um número maior de pessoas passa a ter acesso ao conhecimento há tanto perdido. Contatos com os povos do oriente por meio do comércio e das Cruzadas resgataram toda herança dos escritores da Antiguidade que se havia perdido durante o período da Baixa e Média Idade Média.
Com o ressurgimento da filosofia, a visão sobre a orientação dada pela igreja começou a ser revista. A difusão dos ensinos aristotélicos foi um dos pilares para as alterações sociais que se deram durante este período. O desenvolvimento do comércio com o oriente deu origem a uma nova classe que começou a se desenvolver: a burguesia. O surgimento da burguesia foi um dos fatores importantes para a revolução que viria a seguir, o Renascimento Cultural.
A escolástica foi um importante ramo filosófico da idade média porque buscava sair, ainda que pouco, da sombra imposta pela igreja. O maior trunfo da escolástica foi unir a razão à fé, mérito atribuído a Tomás de Aquino.
Fig.1 – Tomás de Aquino

“A partir dele, a Igreja tem uma Teologia (fundada na revelação) e uma Filosofia (baseada no exercício da razão humana) que se fundem numa síntese definitiva: fé e razão, unidas em sua orientação comum rumo a Deus. [Ele] Sustentou que a filosofia não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem. Afirmou que não pode haver contradição entre fé e razão.” (Wikipédia)

Além de Tomás de Aquino, outros filósofos se destacaram neste período:
Nicole d’Oresme – que foi contra a visão aristotélica do mundo, defendendo a idéia de que a Terra não permanece imóvel no espaço, defesa essa mais intensa do que àquela proposta por Copérnico a favor de sua teoria. Para ele, na cinemática, a queda dos corpos se dava de forma constante, mas não sabia o que a causava. Afirmava, acertadamente, que a velocidade adquirida pelo corpo em queda e o tempo levado por esse corpo na queda eram proporcionais, mas, erradamente, também acreditava que seria proporcional ao espaço percorrido. Coube a Galileu, mais tarde, explicar definitivamente essa questão, que foi provada por Torricelli. Contribuiu ainda para as primeiras noções sobre a teoria cartesiana, quando introduziu a representação gráfica do movimento.

Fig.2 – Nicole d’Oresme

Embora o crédito dado a Robert Hooke, d’Oresme foi o primeiro a abordar a idéia da curvatura da luz por causa da refração ocasionada pela atmosfera da Terra. Além de deduzir a idéia de velocidade média que foi atribuída a Galileu.

Robert Grosseteste – pioneiro na proposta do empirismo como método de investigação científica livre de axiomas. Um dos divulgadores das obras de Aristóteles, nomeou um dos trabalhos aristotélicos de método de resolução e composição, onde parte, o primeiro, da observação de um fato e sua posterior formulação dos princípios explicativos, e, o segundo, se dá na ordem inversa. Grosseteste ressaltou que apenas estes meios não eram suficientes para dar uma explicação precisa sobre um fenômeno, pois um mesmo efeito pode ser obtido por diferentes causas. Neste ponto propôs a observação científica, para uma melhor elaboração das teses dos problemas observados, e esta observação tinha que ser clara e reprodutível.

 
Fig.3 – Robert Grosseteste

Empirismo1 Sistema filosófico que nega a existência de axiomas como princípios de conhecimento, logicamente independentes da experiência. 2 Conhecimentos práticos devidos meramente à experiência. 3 Prática de basear-se demasiado na experiência e observação; rotina. (Michaelis Dicionário)
Axioma1 Princípio evidente, que não precisa ser demonstrado. 2 Máxima, sentença. 3 Norma admitida como princípio. (Michaelis Dicionário)

Um exemplo da utilização da resolução utilizada por Grosseteste foi sobre como o calor do Sol aquecia a Terra. Primeiro formulou três tese, a primeira, por condução (quando se coloca a ponta de uma barra metálica no fogo o calor transmite-se à outra extremidade), por atrito e por concentração de raios (como acontece utilizando uma lente convergente, de uma lupa, por exemplo). Assim deduziu que se o calor emanado do Sol se propaga por condução ou por movimento (que gere atrito) toda matéria celeste se aqueceria, o que não acontece; logo o aquecimento se daria por concentração dos raios solares.

Roger Bacon – discípulo de Grosseteste, foi um dos principais nomes da escolástica. Grande defensor, assim como seu mestre, da experimentação para a comprovação científica de um fato, e incentivador da utilização da matemática também para este fim. Juntamente com seu mestre incentivaram o desenvolvimento empírico moderno. Defendia a idéia de que a filosofia era sujeita à teologia, e que o conhecimento alcançado pelo homem era uma forma de iluminação concedia por Deus. Realizou trabalhos na área de Ótica e da propagação de forças, previu as possibilidades dos navios de propulsão mecânica e de vôo de artifícios mais pesados que o ar. Por suas pesquisas em Ótica, desenvolveu trabalhos relevantes sobre as lentes convergentes, o que contribuiu para a elaboração dos primeiros óculos e, de forma mais significativa, para a invenção do telescópio.
Fig.4 – Roger Bacon

Além destes aqui detalhados contribuíram também Petrus Peregrinus e Teodorico de Friburgo, com estudos sobre o magnetismo (1269) e sobre a teoria do arco-íris (como se formam as cores, antes de 1311), respectivamente.

Sobre a navalha de Ockham – seguindo as tendências de Aristóteles, Grosseteste, Bacon e outros filósofos, Ockham propôs o seguinte postulado: dadas as teses que explicam a causa de um determinado fenômeno, entre todas, a mais simples é a teoria preferencial. Com isso afirmava que a natureza sempre escolhe os meios mais fáceis para se manifestar.

Durante a Idade Média, os trabalhos concernentes a Mecânica foram baseados nos registros deixados por Aristóteles e Arquimedes, mas outros trabalhos sobre Cinemática foram realizados principalmente na universidade de Oxford, Inglaterra, sobre a queda de corpos, densidade, alavancas, conceito de velocidade instantânea e movimento uniformemente acelerado.

Jean Buridan - ao contrario do que Aristóteles propôs sobre o movimento, Buridan afirmou que o ímpeto (causa do movimento, nome dado pelo filósofo João Filopono de Alexandria) era fruto de uma relação entre a massa e a velocidade do corpo (conceito atual da Quantidade de Movimento). Junto com d’Oresme, defendia a idéia da rotação da Terra; mas concordou com Ptolomeu que se a Terra girasse, uma pedra que fosse solta no ar cairia a oeste em relação à vertical do ponto de queda. D’Oresme, entretanto, afirmou que a pedra compartilharia do movimento de rotação terrestre, o que faria que ela caísse verticalmente em relação ao ponto de queda, tese aceita por Galileu.

“Jean Buridan teve a incrível audácia de dizer: ‘Os movimentos dos céus estão submetidos às mesmas leis dos movimentos das coisas cá de baixo, a causa que mantém as revoluções das esferas celestes é a mesma que mantém a rotação do rebolo do ferreiro; há uma Mecânica única pela qual se regem todas as coisas criadas, a esfera do Sol e o pião que o menino põe em rotação. Jamais houve, talvez, no domínio da ciência física, revolução tão profunda, tão fecunda quanto esta.’” (DUHEM, Pierre. Histoire des doctrines cosmologiques de Platon à Aristote, tomo VII, pp. 328-340.)

Com isto, podemos perceber sobre como a ciência evoluiu ainda neste período denominado “Idade das Trevas”. De forma simples e discreta, grandes pensadores medievais contribuíram de forma significativa para o crescimento científico atual. Contribuições de personagens como d’Oresme (sobre a rotação da Terra que foi utilizada por Copérnico, sobre a representação gráfica do movimento usado primeiro por Galileu e compilada nas Leis da Mecânica por Newton), Buridan (sobre a noção inicial de Inércia e Quantidade de Movimento), Grosseteste (sobre a implementação do método científico moderno – mérito dado a Galileu), Bacon (com os princípios da refração utilizado por Gauss), entre outros, foram de grande valia; pois foram orientados posteriormente por outras mentes brilhantes que, com esses auxílios, puderam estender mais além o limite do conhecimento humano.

NÃO PERCA:
Nas próximas postagens o Renascimento Cultural e as propostas ciência para as questões até então intrigantes para a humanidade. Copérnico, Kepler, Galileu, Newton, como estas figuras contribuíram ainda mais para o desenvolvimento científico mundial. Aguardem...


Autor do artigo:
Júlio César de Farias Gonçalo, estudante de Química Tecnológica e Industrial, trabalha com Automação Industrial e ávido por leitura e conhecimento. Gosta muito de  aprender idiomas, estuda Inglês, Alemão, Espanhol e Hebraico, além de ser viciado em livros e jogos de vídeo game.

sábado, 22 de outubro de 2011

O Universo


O UNIVERSO

Parte 1


Tema:
Introdução às questões que resultaram na formação de um novo ramo de Filosofia:
A Cosmologia


“Qual o pensador para quem, na sua vida de filósofo, a filosofia deixou de ser um enigma? (...) Só os pensadores secundários que, na verdade, não se podem chamar filósofos, estão contentes com as suas definições.” [Husserl]

Olá pessoal, meu nome é Júlio César e vou estar com vocês para discutirmos e aprendermos sobre Astronomia. Para isto, devo informar que questões que envolvam outras disciplinas poderão acabar por ser englobadas durante este estudo. Para o estudo de Astronomia, matérias como Física, Química, Matemática, História, Filosofia, entre outras serão utilizadas para uma melhor abordagem sobre os temas em questão. À primeira vista, matérias como História e Filosofia podem parecer estranhas quando se tratam de assuntos que envolvem áreas de cálculo, mas aí se encontra um erro, estas duas áreas são muito importantes juntamente com as outras. A História nos relata os acontecimentos ocorridos e, pelo fato de tudo em Astronomia/Cosmologia ter uma duração além de nossa existência e percepção, é útil para nos colocar no contexto exato, nos ambientando desde os fenômenos astronômicos que ocorreram no princípio da existência de tudo até o momento que idéias e compreensões sobre a dinâmica, não apenas celeste mas universal, foram notadas. A Filosofia por sua vez nos oferece subsídios para uma compreensão mais aprofundada de questões cosmológicas, porque todo o procedimento de percepção do universo se deu por meio de questões filosóficas, a partir do mito até o advento do método científico atual.
Para uma compreensão sobre o universo que está a nossa volta muitos tipos de ciência serão tratadas, pois o conhecimento que temos hoje vem de um legado importantíssimo do trabalho de muitas mentes. Durante esse estudo vamos por vezes nos deslocar para outros ramos de conhecimento para que se possa fazer uma assimilação das situações que levaram certos personagens a pensar de determinada forma. Hoje, vamos tratar de forma resumida as questões e condições que levaram o homem primitivo a buscar uma forma de explicar os fenômenos naturais que lhe cercavam; abordaremos as condições que levaram ao pensamento mítico, as novas formas de conhecimento que procuravam explicar, de uma forma diferente do mito, o mundo e o universo e as principais figuras do Mundo Antigo e o primeiro modelo cosmológico/astronômico: o Geocentrismo. Pois bem, vamos começar!

...

Desde o Princípio o homem olhou para cima e se questionou sobre a origem de tudo. O impressionante cenário contemplado à noite, sempre causa espanto e admiração a quem quer que o observe. A grandiosidade do universo, a força da Natureza, a suscetibilidade humana diante destas situações, levaram o homem primitivo a respeitar estes fenômenos.
No início, o homem vivia em pequenos grupos com algumas unidades de membros que tinham vidas nômades, dependendo do que encontravam para suprir suas necessidades. Da sua suscetibilidade à Natureza dependia a sua sobrevivência; frio e calor, dia e noite entre outros fatores fazia o homem primitivo sujeito aos acontecimentos naturais, de maneira que olhava para sua incapacidade diante destes fenômenos e acreditava que sua existência dependia da “boa vontade” da Natureza. Naturalmente atribuiu características aos fenômenos naturais e acreditou que fazendo determinados ritos conseguiriam a aprovação desses “deuses”. Surgiu então o mito como sendo a primeira forma do homem primitivo de perceber a realidade, onde eram atribuídos a deuses a criação e a manutenção do mundo conhecido. Essa forma de pensar se firmou tal maneira que não apenas eventos relacionados aos fenômenos naturais eram correlacionado aos deuses, mas também os demais fenômenos, envolvendo, por vezes, o pensamento mítico com a religiosidade e a imaginação. Contudo, o pensamento mítico não deve ser desconsiderado, pois resultou de um esforço do entendimento do homem, constituindo o primeiro passo para se alcançar a razão hoje conhecida, tornando o mito a primeira forma de pensamento racional, embora rudimentar.

Mito - Interpretação primitiva e ingênua do mundo e de sua origem. (Michaelis Dicionário)

O pensamento mítico trata de uma necessidade de compreensão do mundo que nos cerca, não sendo este tipo de pensamento obediente à lógica empírico-científica; trata-se de uma verdade hipotética que não necessita de provas – a simples crença é fator determinante. Quando um mito estabelecido é negado, surge o tabu.
Com a evolução, o homem primitivo abandonou os métodos e práticas antigas relacionadas com atividades nômades, percebendo que podia controlar ou utilizar os fenômenos naturais a seu favor, organizando-se em grupos cada vez maiores e mais complexo no que seria as primeiras civilizações. Na vida em sociedade deparou-se com várias questões que surgiram durante este desenvolvimento que atiçaram sua curiosidade de modo a buscar uma explicação dos acontecimentos vivenciados.
A partir de então, surge, na Grécia, a corrente de pensamento que influenciou o mundo de então. Iniciando com os pré-socráticos, esta nova forma de pensar adquire consistência, pois as discussões filosóficas se acham voltadas para o mundo exterior, principalmente para questões cosmológicas. Personagens notáveis realizaram trabalhos igualmente notáveis que se completavam de modo surpreendente. Neste período houve um grande desenvolvimento da mais importante das ciências: a Matemática.
Entre estes personagens podemos destacar:

·        Eratóstenes - Determinou de forma simples a esfericidade da Terra;
Fig.1 - Eratóstenes

Aristarco de Samos - Teve o mérito de conceber um sistema solar com o centro ocupado pelo Sol e no qual a Terra percorria uma orbita circular, como os outros planetas;
Fig.2 – Aristarco
·        Hiparco – Contribuiu para o desenvolvimento da Trigonometria e, através de sua aplicação, determinou a distancia da Terra à Lua com uma simplicidade fantástica;
 
Fig.3 - Hiparco


ð        Cosmologia

Cosmologia – 1. Parte da Metafísica que se ocupa da essência da matéria e da vida; 2. Estudo do Cosmo, da origem do Universo. (Michaelis Dicionário)

A Cosmologia surge como questão fundamental para a locação do papel do homem no universo. Os gregos, como principais “propulsores” do novo pensamento, se preocuparam avidamente em buscar por um entendimento racional/lógico para os fenômenos astronômicos. Não obstante, as discussões sobre o universo acabaram por retornar onde começaram, na Terra.
A posição que a Terra ocupa foi um dos dogmas estabelecidos, questões como localização, forma e dinâmica surgiram em função da percepção dos sentidos humanos daquilo que ocorre ao seu redor como o movimento aparente do Sol e dos planetas, surgindo então o primeiro modelo cósmico, o Geocentrismo.

 Fig.4 – Modelo Geocêntrico

Ptolomeu, em sua mais importante e famosa obra, intitulada Almagesto, apresenta o modelo geocêntrico, onde o Sol e outras estrelas e os planetas descrevem orbitas circulares ao redor da Terra em um complicado sistema de epiciclos, ou seja, orbitas circulares cujos centros destas orbitas revolvem sobre uma circunferência de um circulo maior. Esta obra unificou boa parte dos conhecimentos astronômicos do Mundo Antigo e subsistiu por 1400 anos, sendo uma dos principais dogmas da igreja católica.
 
Fig.5 – Ptolomeu e Orbitas com epiciclos

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NÃO PERCA:

Nas próximas postagens continuaremos a tratar de questões históricas que envolveram o desenvolvimento da Astronomia. O conflito entre a Igreja Católica e a Ciência, os personagens clássicos que mudaram a concepção de mundo, derrubando dogmas e revolucionado as formas de conhecimento através da introdução do método cientifico. Nicolau Copérnico, Johannes Kepler, Galileu Galilei e Isaac Newton. Aguardem!



 Autor do artigo:
Júlio César de Farias Gonçalo, estudante de Química Tecnológica e Industrial, trabalha com Automação Industrial e ávido por leitura e conhecimento. Gosta muito de  aprender idiomas, estuda Inglês, Alemão, Espanhol e Hebraico, além de ser viciado em livros e jogos de vídeo game.

Mensagem inicial...

Oi galera,

Estou começando agora um blog e pretendo abordar vários assuntos que possam ser interessantes para o nosso entendimento sobre diversar coisas.

Escolhi o título "Papo Sério" justamente para abordar vários tipos de assuntos que vão desde atividades do dia-a-dia, até outros que abordem ciência, religião, pedogogia e ensino - os mais diversos.

Espero contar com o auxílio de outras pessoas para me ajudar a carregar este blog de bastante conteúdo que seja útil para todos.

E conto com vocês, dicas, críticas e sugestões para crescermos juntos!!!!

Ok, vamos lá então! Dia 22 de outubro de 2011, nasce o blog Papo Sério!!!!!

Sucesso!!!